Circunferência de Carlyle
Para equações quadráticas há uma construção geométrica alternativa para testar a existência de soluções reais. Mais precisamente, a cada polinómio x^2 + bx + c está associada uma circunferência (dita de Carlyle) que tem como diâmetro o segmento AB, sendo A = (0,1) e B = (-b,c); os zeros do polinómio são precisamente as abcissas dos pontos de interseção desta circunferência com o eixo dos x's, se existem. Para provar esta afirmação, podemos supor que os pontos A e B são distintos, caso contrário a circunferência é degenerada, não interseta o eixo dos x's e o polinómio é x^2 +1, que não tem zeros reais. Sendo A \neq B, a circunferência de Carlyle correspondente tem como equação cartesiana x(x + b) + (y - 1)(y - c) = 0 e basta agora intersetá-la com a reta de equação y=0. As abcissas dos pontos de interseção são, portanto, as soluções da equação x(x + b) + c = 0.
A figura seguinte ilustra a informação dada pela circunferência de Carlyle sobre os zeros reais dos polinómios x^2 + 2x + 1, x^2 - 5x + 6, x^2 + 2x + 2 e x^2 + 1. Note-se que, para o penúltimo polinómio, a circunferência de Carlyle existe mas não intersecta o eixo dos x's, enquanto que para o último polinómio a circunferência reduz-se ao ponto (0,1).
