Outro Caso
Suponhamos que queremos "adivinhar" um número entre \(0\) e \(99\). Claro que nos basta conhecer o algarismo das dezenas e o das unidades para conhecer o número! E se dispusermos de nove cores, podemos fazer corresponder uma cor diferente a cada um dos algarismos não nulos. Então construímos um cartão que nos permita descobrir o algarismo das unidades e outro que nos permita descobrir o das dezenas. Por exemplo, nos dois cartões da figura 4, o que há de comum a todos os números representados a lilás no primeiro cartão?
É terem o algarismo das unidades igual a \(7\). E todos os números representados a castanho no segundo cartão têm o algarismo das dezenas igual a \(9\). Portanto, quando uma pessoa diz que pensou num número que está no primeiro cartão com a cor lilás e no outro cartão a castanho está a revelar que pensou no número com o algarismo \(7\) das unidades e o algarismo \(9\) das dezenas, ou seja no número \(7+9\times10=97\) (note-se que \(7\) é o menor número do primeiro cartão com a mesma cor de \(97\) e \(90\) é o menor número do outro cartão com a mesma cor de \(97\)). Não estar num cartão significa que o algarismo correspondente (das unidades ou das dezenas) é nulo e neste caso nada há a somar (respectivamente ao nível das unidades ou das dezenas). Por exemplo o único número que só está no segundo cartão e nesse está representado a castanho é o \(90\). Na situação que acabamos de descrever com números de \(0\) a \(99\) e dois cartões com nove cores, o efeito da adivinha como tal é nulo, porque ninguém se espantará que, fornecendo-se informação sobre os dois algarismos de um número até \(99\), se saiba qual é o número! E não é difícil imaginar como construir três cartões análogos com números de \(0\) a \(999\).
Se este exemplo foi referido, foi porque ele é representativo do que se passa em todos os outros casos vistos antes e permite compreender melhor a razão do funcionamento da regra já verificada para eles.