Demonstração de que apenas são necessárias 4 trajectórias

 

Como já foi visto, podemos unir dois pontos da caixa, através de várias trajectórias diferentes, percorrendo assim, diferentes faces da caixa.

Neste caso, interessa-nos estudar quais são as possibilidades de unir o ponto O (vértice fixado) a um qualquer ponto da face superior da caixa, não esquecendo que procuramos uma trajectória com o menor comprimento possível.

Assim sendo, vamos procurar definir quais são as trajectórias que à partida devemos considerar e, dessas, tentar excluir o maior número possível.

Etiquetando as faces da caixa como mostra a figura, podemos começar por observar que:

Vamos ver quais são as possibilidades:

Começando pela face A:

  1. A --> S (trajectória t1)
  2. A --> L --> S (trajectória t2)
  3. A --> L --> T --> S (trajectória t3)

Começando pela face C:

  1. C --> S (trajectória t4)
  2. C --> T --> S (trajectória t5)
  3. C --> T --> L --> S (trajectória t6)

Começando pela face B:

  1. B --> L --> S (trajectória t7)
  2. B --> T --> S (trajectória t8)
  3. B --> T --> L --> S (trajectória t9)

 

 

No seguinte esquema estão representadas estas 9 possibilidades de unir P a O por um segmento que correspondem a diferentes planificações da caixa:

 

 

 

 

Numa primeira análise podemos recorrer a uma circunferência centrada em O e de raio variável para compararmos os comprimentos das várias trajectórias.

Variando a posição de P e as dimensões da caixa podemos através do alcance do raio da circunferência observar que o menor comprimento parece ser sempre dado por uma das trajectórias t1, t2, t4 e t5.

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Para podermos concluir que há realmente sempre uma destas trajectórias nos dá o menor comprimento entre P e O, vamos demonstrar que, para quaisquer dimensões da caixa, as restantes trajectórias têm sempre um comprimento maior.

I. t8 > t1

Vamos apenas considerar as trajectórias t8 e t1 e começar por notar que:

  • em cada planificação a distância de P (P') a O é dada pelo segmento [OP] ([OP'])
  • a trajectória t1 intersecta a aresta [AB]
  • a trajectória t8 intersecta a aresta [D'C']
Vamos considerar o ponto I resultante da projecção ortogonal do ponto P sobre a aresta [DC]

e o ponto I' resultante da projecção ortogonal de P' sobre a aresta [D'C'].

   

 

Devemos agora considerar os triângulos [OPI] e [OI'P']:

1. Observando o triângulo [OPI] vemos que este é obtusângulo em P e podemos verificar que o lado de maior comprimento é o lado [OI] pois é este que se opõe ao ângulo obtuso.

Logo OP < OI.

2. Por outro lado, observando o triângulo [OI'P'] vemos que este é obtusângulo em I' e podemos verificar que o lado de maior comprimento é o lado [OP'] pois é este que se opõe ao ângulo obtuso.

Logo OI' < OP'.

3. Os pontos I e I' são simétricos em relação ao eixo OO', logo OI = OI'.

Donde OP < OI = OI' < OP'.

O comprimento da trajectória t1 é sempre menor do que o da trajectória t8 para qualquer posição do ponto P na face superior e para quaisquer medidas da caixa.

   

 

II. t7 > t4

Demonstração análoga às anteriores, considerando I e I' conforme indicado na figura:

 

 

III. t6 > t2

Demonstração análoga às anteriores, considerando I e I' conforme indicado na figura:

 

IV. t3 > t5

Demonstração análoga às anteriores, considerando I e I' conforme indicado na figura:

 

V. t9 > t2

Demonstração análoga às anteriores, considerando I e I' conforme indicado na figura:

 

 

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