Relação de ordem
Nos números inteiros positivos temos uma ordem bem conhecida \[1<2<3<4<5<...\]
Mas há outros maneiras
de comparar números inteiros positivos: vamos escrever \(d\trianglelefteq a\)
(ou \(a\trianglerighteq d\))
quando \(d\)
é divisor de \(a\)
(o que é o mesmo que dizer que \(a\)
é múltiplo de \(d\),
isto é, existe \(b\)
tal que \(bd=a\)).
É evidente que se \(d\trianglelefteq a\) então \(d\leq a\)
(qualquer número inteiro positivo é maior ou igual do que
qualquer dos seus divisores).
A relação \(\trianglelefteq\) tem uma propriedade importante em comum com a ordem do costume:
se \(a\trianglelefteq b\)
e \(b\trianglelefteq c\)
então \(a\trianglelefteq c\).
Mas há outra propriedade
importante da ordem do costume que \(\trianglelefteq \)
não tem: para quaisquer \(a\)
e \(b\)
inteiros positivos tem-se \(a\leq b\)
ou \(b\leq a\);
no entanto, não se tem para quaisquer \(a\)
e \(b\),
\(a\trianglelefteq b\)
ou \(b\trianglelefteq a\)
(por exemplo, não se tem \(2\trianglelefteq 3\)
nem \(3\trianglelefteq 2\)).
Podemos usar a mesma linguagem para \(\trianglelefteq \) que usamos para a ordem do costume:
-
\(4\) é maior que \(2\) para \(\trianglelefteq \)
-
\(3\) não é maior que \(2\) para \(\trianglelefteq \) (embora \(3\) seja maior do que \(2\) para a ordem do costume)
-
\(6\) é menor do que \(12\) para \(\trianglelefteq \)
-
o máximo do conjunto \(\left\{ 2,4,6,12\right\} \) para \(\trianglelefteq \) é \(12\) (porque \(12\trianglerighteq 2\) e \(12\trianglerighteq 4\) e \(12\trianglerighteq 6\) e \(12\trianglerighteq 12\))
-
o mínimo do conjunto \(\left\{ 2,4,6,12\right\} \) para \(\trianglelefteq \) é 2 (porque \(2\trianglelefteq 2\) e \(2\trianglelefteq 4\) e \(2\trianglelefteq 6\) e \(2\trianglelefteq 12\))
-
o conjunto \(\left\{ 2,3,6\right\} \) tem máximo para \(\trianglelefteq \) (\(6\)) mas não tem mínimo para \(\trianglelefteq \).
É fácil ver
que se um conjunto tem máximo para \(\trianglelefteq \),
esse máximo também é máximo para a ordem do costume.
O contrário é que pode não ser verdade.
Geralmente usamos uma representação geométrica para a ordem do costume - representamos os números inteiros positivos numa recta, com os menores à esquerda e os maiores à direita: \[1-2-3-4-5-6-7-...\]
Da mesma maneira podemos representar os números para a ordem \(\trianglelefteq \), ainda com os menores (para \(\trianglelefteq \)) à esquerda e os maiores (para \(\trianglelefteq \)) à direita. A diferença é que agora não se podem representar numa recta (o que tem a ver com o facto de nem sempre se ter \(a\trianglelefteq b\) ou \(b\trianglelefteq a\)). Além disso, o esquema torna-se rapidamente muito sobrecarregado. Podemos, por isso, ver essa representação só em alguns conjuntos finitos; com esta representação é fácil ver se um conjunto tem máximo para \(\trianglelefteq \).