Vamos considerar dois casos distintos.

1ºCaso

Neste caso, a área do paralelogramo de Morley pode ser obtida subtraindo à área do paralelogramo inicial as áreas dos triângulos a amarelo e a vermelho. Supondo que os lados do paralelogramo inicial medem $a=\overline{AD}$ e $b=\overline{AB}$ e formam um ângulo de amplitude MATH, a sua área é $ab\sin \alpha $. Em relação à área dos triângulos, esta é dada por metade do produto do comprimento de dois dos seus lados pelo seno do ângulo adjacente a esses lados.

Por exemplo, para calcular a área do triângulo $\left[ ADE\right] $ precisamos de saber a medida dos lados $\left[ AE\right] $ e $\left[ DE\right] $ e a amplitude do ângulo $\measuredangle AED$. Utilizando a lei dos senos, temos:

MATH

MATH

MATH

MATH

MATH

 

MATH =

MATH

MATH

MATH

MATH

 

Analogamente, temos:

MATH

 

Notemos agora que os triângulos $\left[ ADE\right] $ e $\left[ CBG\right] $ são congruentes, assim como os triângulos $\left[ ABF\right] $ e $\left[ CDH\right] $. Logo, a soma das áreas dos triângulos amarelos é:

MATH =

MATH

MATH

 

Considerando agora os triângulos a vermelho e usando o facto de os triângulos $\left[ EAF\right] $ e $\left[ GCH\right] $ serem congruentes, assim como os triângulos $\left[ FBG\right] $ e $\left[ HDE\right] $, temos:

MATH MATH =

MATH

MATH MATH =

MATH

 

Utilizando a fórmula MATH deduzida na demonstração trigonométrica do teorema de Morley, podemos então concluir que a soma das áreas dos triângulos vermelhos é:

MATH =

MATH

MATH

MATH

MATH

MATH

MATH

MATH

MATH

(ou seja, a soma das áreas dos triângulos vermelhos é exactamente um terço da área do paralelogramo MATH).

Podemos agora calcular a área do paralelogramo MATH:

MATH =

MATH

MATH

 

2º Caso

Neste caso, a soma das áreas dos triângulos $\left[ ADE\right] $, $\left[ CBG\right] $, $\left[ ABF\right] $, $\left[ CDH\right] $, $\left[ EAF\right] $, $\left[ GCH\right] $, $\left[ FBG\right] $ e $\left[ HDE\right] $ excede a área do paralelogramo MATH e esse excesso é exactamente a área do paralelogramo MATH. Além disso, facilmente se conclui que os valores obtidos no caso anterior para as áreas dos triângulos mencionados permanecem válidos. Logo, vem:

MATH =

MATH

MATH

 

Em ambos os casos temos:

MATH =

MATH

MATH

MATH

MATH


Relativamente à área do paralelogramo MATH, notemos em primeiro lugar que os triângulos $\left[ EAF\right] $ e $\left[ LAK\right] $ são semelhantes. De facto, temos:

MATH

MATH

MATH

MATH

MATH

MATH

 

Analogamente, os triângulos $\left[ EDH\right] $ e $\left[ JDK\right] $ também são semelhantes, uma vez que temos:

MATH

MATH

MATH

MATH

MATH

MATH

 

Usando a congruência entre os triângulos $\left[ BGF\right] $ e $\left[ DEH\right] $ e a semelhança entre os triângulos $\left[ EAF\right] $ e $\left[ LAK\right] $ e os triângulos $\left[ EDH\right] $ e $\left[ JDK\right] $, vem:

MATH

MATH

MATH

MATH

MATH

MATH

$E\widehat{F}G$ =

MATH

MATH

MATH

MATH

MATH

MATH

$=J\widehat{K}L$

MATH

MATH

 

Logo, vem:

MATH =

MATH

MATH

MATH

MATH

MATH

MATH

MATH

 

Conclusão:

MATH

MATH

 

Note-se que a razão entre as áreas (supondo ambas não nulas) é:

$r$ =

MATH

MATH

MATH

MATH

MATH, com MATH.

 

Logo, temos que MATH, ou seja, o paralelogramo MATH tem uma área que é sempre maior que o dobro da área do paralelogramo MATH e nunca superior ao seu triplo, o qual é atingido quando MATH. Notemos ainda que, como MATH, MATH e MATH, os paralelogramos MATH e MATH só são semelhantes quando MATH, ou seja, quando MATH. Quando tal acontece, a razão de semelhança é MATH, pelo que a razão entre as áreas é $(\sqrt{3})^{2}=3$, conforme foi referido.