Pentágono regular
Seja
um pentágono regular,
a medida da sua diagonal e
a medida do seu lado. Supondo que
e
são comensuráveis, temos
e
,
onde
e
são inteiros positivos e
é uma medida comum à diagonal e ao lado do pentágono.
Construindo
a circunferência que circunscreve o pentágono, notemos que os pontos
,
,
,
e
dividem esta em arcos de igual amplitude, dada por
.
Seja
o ponto de intersecção da diagonal
com a diagonal
.
Como
e
(ângulos inscritos numa circunferência têm como amplitude metade
do valor do respectivo arco), temos que
é isósceles, com
.
Como
e
,
vem que
também é isósceles, com
.
Além disso,
,
sendo este o valor da amplitude do ângulo interno de um pentágono
regular. Podemos então construir um novo pentágono regular
,
que passa pelos pontos
,
e
.
Designando por
a medida da sua diagonal e
a medida do seu lado, temos:
Como
e
,
temos:
onde
e
são dois números inteiros positivos, com
.
De facto, o ângulo de maior amplitude do triângulo
é o ângulo
,
logo a este ângulo opõem-se o lado de maior comprimento e, portanto,
,
ou seja,
.
Procedendo
da mesma forma com o pentágono ,
vamos obter um novo pentágono regular cuja diagonal é
e cujo lado é
,
sendo que
e
são dois números inteiros positivos, com
.
Uma vez que podemos continuar indefinidamente a construir novos pentágonos regulares, vamos obter uma sucessão estritamente decrescente de números inteiros positivos:
tal que
o que é absurdo, dado que não pode haver uma infinidade de números
inteiros positivos distintos menores do que
(de facto, existem exactamente
elementos:
,
,
,...,
,
e
).
Logo, a diagonal e o lado de
são grandezas incomensuráveis.