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No ensino de nível
elementar, há numerosas situações em que grande parte
dos alunos tem bastante dificuldade em ver no espaço objectos
geométricos tridimensionais, a partir de figuras planas com representações
desses objectos, sejam estas em perspectiva ou em projecção
ortogonal. Há vários modos de ajudar tais alunos a melhorar
a percepção espacial. Para além da que consiste em
construir modelos físicos, que é óbvia, mas nem sempre
está ao alcance dos professores, dar a possibilidade de «rodar
no espaço» o objecto representado, como sucede com os applets
na secção dos poliedros do nosso site, já
constitui uma grande ajuda para melhor visualização. Outro
passo importante é a utilização de representações
estereoscópicas.
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Não é só,
no entanto, a nível elementar que as considerações
anteriores são aplicáveis. Para figuras mais complicadas -
por exemplo na representação de uma órbita do atractor
de Lorenz e em muitos outros casos - as considerações anteriores
são igualmente aplicáveis, mesmo para adultos.
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Noutros casos, a visão
estereoscópica ajuda a pôr em evidência a falibilidade
da nossa visão baseada na perspectiva. Um tal exemplo marcante é
constituído pelo Quarto de Ames, construído pelo Atractor
para a Exposição Matemática Viva, patente no Pavilhão
do Conhecimento. E a representação estereoscópica disponível
neste site ajuda a fazer perceber a situação que conduz às
ilusões provocadas pelo Quarto de Ames.
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Há ainda alguns casos
em que a complexidade dos objectos é tal e a dificuldade de criar
os respectivos modelos tri-dimensionais é tão grande, que
a visão estereoscópica constitui um meio privilegiado para
apreender a estrutura desses objectos. É o que se passa, por exemplo,
no estudo das simetrias geradas por reflexões em quatro planos (3
a 3 formando triedros com ângulos adequados). Essas simetrias formam
um conjunto infinito, com uma estrutura muito curiosa, que é posta
em evidência pela contemplação atenta das correspondentes
imagens estereoscópicas patentes no nosso site.