Nota:
se clicar na figura 1, obterá esta figura em tamanho maior
e tem, por exemplo, a possibilidade de a pôr a "rodar" no
espaço (arrastando-a com o rato).
Uma
das características da geometria esférica mais distante da geometria
euclidiana a que estamos mais habituados, é o facto de que não
existe a noção de semelhança: ou seja, não podemos, tal como num
plano, desenhar duas figuras que tenham exactamente a mesma forma,
mas em que uma seja um pouco maior e a outra um pouco menor. O
tamanho condiciona a forma, e vice-versa: não podemos encontrar
um triângulo esférico que seja maior do que o observado na figura
ao lado, e que tenha os mesmos ângulos. Podemos, naturalmente,
partir de uma esfera maior, mas se os ângulos são de 90, 60 e
45 graus, a área do triângulo será, de qualquer forma, 1/48 da
área da esfera. A área de um triângulo é, na verdade, proporcional
ao seu excesso angular.
Será
que também existem triângulos “magros” para além dos triângulos
gordos? Ou seja, triângulos cuja soma dos ângulos é inferior a
180 graus? A resposta é afirmativa, e a geometria correspondente
é a geometria hiperbólica. A figura 2 (que lembra a estrutura
de alguns desenhos de Escher) é uma “irmã” das esferas correspondentes
aos caleidoscópios; aqui também se encontram alguns “triângulos”
(magros), todos iguais entre si, só que, desta vez, os ângulos
são de 90º, 60º e (360/14)º.
E
“a beleza” reside no facto de a situação ser totalmente “simétrica”
relativamente à que encontramos para a geometria esférica. Também
na geometria hiperbólica não existe noção de semelhança; a soma
dos ângulos de um triângulo é sempre inferior a um ângulo raso,
a forma de um triângulo determina o seu tamanho, e a área de um
triângulo é proporcional ao seu defeito angular, isto é, o que
falta à soma dos ângulos para ser o ângulo raso.
Mas
este é apenas o início de uma longa história….